"...adORut..."

“…adORut…”


“adorut!” perfeito, conciso; como da primeira vez que mo disseste. “adorut”, completo; repleto de momentos, palavras e pensamentos; “adorut”, oh palavra desperdiçada, sentida mas ignorada; “adorut” tal qual como o escreveste, “adorut”, não esqueci nem vou esquecer-te.
Porque é que parece tão complicado e obtuso, gritá-lo ao mundo?
É simplesmente profundo, e vasto, perdido em ventos que com o tempo o dissiparam; gasto, de tão pensado não foi dito. Porquê?
Pois se não o disse, digo agora. “adorut”!
“adorut, adorut, adorut, adorut!”, tanto que me canso.
Cansaço, é isso, isso e saudade, muita, imensa.
Porque palavras como esta não devem ser escondidas; porque é crime que fiquem desditas, omitidas; porque se nunca to disse realmente digo agora, “adorut!”, por tudo e por nada; “adorut!”, mais do que a tua mente encara, finge e renega; “adorut!”, mesmo que o tenhas esquecido, apodrecido e poeirento, sei que conheces o sentimento; sei que mesmo que não o saibas, não caiu no esquecimento.
E por tudo o que não foi; e pelo que não devia ter sido; porque para mim “adorut” é a palavra que faz sentido; eu digo, “adorut!”; sem medo nem receio; “adorut” e tu sabes disso! Então porque é que não o dizes?
Uma vez, e mais nenhuma, ouvi dos teus lábios esta palavra; uma única vez a tua voz entoou as sílabas; “adorut”, tímido e discreto; escondido e secreto; abafado e traiçoeiro, um “adorut” verdadeiro.

By: nesS